Dominando o custo médio do dólar: o caminho estratégico para investir seus ganhos inesperados
Neste guia sobre o custo médio do dólar, desvendamos as complexidades do método, exploramos as vantagens e avaliamos outras estratégias para investir lucros financeiros inesperados para o crescimento no longo prazo.
Os Estados Unidos estão passando por uma transferência de riqueza sem precedentes, com estimativas que sugerem que mais de 70 trilhões de dólares1 passarão de mãos nos próximos 25 anos. Essa alteração monumental significa que muitas pessoas podem subitamente gerenciar uma herança financeira significativa. Juntamente com as ocorrências imprevisíveis, porém afortunadas, da vida, como receber um bônus significativo do trabalho ou ganhar na loteria, a responsabilidade de tal riqueza pode ser tão assustadora quanto fortuita.
Seja por meio de uma herança, de um bônus considerável ou de uma jogada de sorte na loteria, a dúvida essencial permanece: como investir esse lucro inesperado? Este blog vai esclarecer como funciona o Custo médio do dólar, por que é especialmente pertinente durante uma transferência de riqueza entre gerações e como se compara a outras abordagens de investimento para investir lucros inesperados.
Custo médio do dólar desmistificado
Em sua essência, o Custo médio do dólar (DCA) é uma abordagem estratégica para diminuir riscos na compra de ações ou fundos de investimento (ETFs). Envolve comprar quantias menores em intervalos regulares, independentemente do preço, em vez de investir uma grande quantia de uma só vez. Essa estratégia evita as armadilhas de tentar prever o ponto de entrada perfeito no mercado.
Tentar cronometrar o mercado é um jogo perigoso que muitas vezes leva a resultados de investimento abaixo do ideal. Os dados históricos mostram que mesmo os investidores mais astutos evitam o market timing devido à sua complexidade e imprevisibilidade. Na verdade, os melhores dias de mercado ocorrem no geral durante mercados ruins, complicando ainda mais as estratégias de timing.
As armadilhas do market timing
Fonte: https://www.visualcapitalist.com/chart-timing-the-market/.
O enigma do fundo mútuo
A questão do que fazer com um grande montante fixo de dinheiro fica ainda mais complicada quando um investidor pensa em investir em fundos mútuos. No caso de fundos mútuos, o retorno médio anunciado baseia-se na premissa de investir um montante fixo e deixá-lo intocado. No entanto, os investidores comuns tendem a movimentar dinheiro para dentro e para fora em momentos inoportunos — comprando na alta e vendendo na baixa — o que significa que raramente alcançam os retornos anunciados. A disparidade entre o retorno médio de um fundo e os retornos reais que os investidores recebem é conhecida como "Return Gap".
Cuidado com o gap
Return gaps médios, por agrupamento de ativos
Fonte: *Return Gap é a diferença entre o retorno médio de um fundo e o que o investidor comum realmente tem em retornos dentro desse fundo (retornos ponderados pelos ativos no fundo).
Observação: Os anos de baixa são os anos em que o valor do S&P 500 caiu (2015, 2018 e 2022), e os anos de alta são aqueles em que o valor do S&P 500 subiu. Os anos de alta volatilidade representam aqueles em que a volatilidade realizada do S&P 500 foi de 15% ou mais ao longo do ano, e os anos de baixa volatilidade representam todos os outros anos.
Fonte: Derek Horstmeyer, Universidade George Mason.
Amontoar ou alcançar a média? Eis a questão
Quando se trata de aproveitar ao máximo um ganho financeiro significativo, os investidores geralmente ficam num dilema entre investir tudo de uma vez ou distribuir o investimento ao longo do tempo. Vamos nos aprofundar em cada estratégia com cenários reais para entender melhor as implicações de cada escolha.
Investimento de montante fixo: O mergulho imediato
Imagine que você acabou de herdar US$ 100.000,00. Com um investimento de montante fixo, você pegaria o valor total e investiria diretamente no mercado. O principal benefício aqui é o potencial de crescimento imediato. Seu dinheiro fica totalmente exposto aos altos e baixos do mercado desde o primeiro dia. Por exemplo, se você tivesse investido em um fundo de índice de mercado amplo no início de 2009, seu investimento teria se beneficiado significativamente do longo mercado em alta que se seguiu.
No entanto, essa estratégia não está isenta de riscos — se o mercado sofrer uma desaceleração logo após o investimento, todo o seu montante sofrerá o impacto. Uma pesquisa realizada pelo Morgan Stanley constatou que, apesar desses riscos, uma abordagem de montante fixo produziu um retorno ligeiramente maior do que a média do custo em dólar na maioria dos períodos históricos de sete anos.
Custo médio do dólar: a abordagem medida
Por outro lado, o Custo médio do dólar (DCA) significaria pegar os mesmos US$ 100.000,00 e investi-los em parcelas menores e regulares, por exemplo, US$ 8.333,00 todos os meses durante 12 meses. Esse método pode reduzir o risco de volatilidade do mercado porque você compra mais ações quando os preços estão baixos e menos quando os preços estão altos, o que pode reduzir potencialmente o custo médio por ação ao longo do tempo.
Vejamos um exemplo. Suponha que você começou a investir em janeiro de 2020, logo antes da desaceleração do mercado devido à pandemia de COVID-19. Um investimento de montante fixo pouco antes da crise teria registrado uma queda acentuada no valor. Em contraste, com o DCA, você teria comprado ações a preços mais baixos à medida que o mercado caía, preparando o terreno para melhores ganhos à medida que o mercado se recuperasse.
A estratégia híbrida: combinando o melhor dos dois mundos
Depois, há o meio-termo — uma estratégia híbrida. Digamos que você decida investir US$ 50.000 de sua herança imediatamente e, em seguida, distribuir os US$ 50.000 restantes mensalmente ao longo do próximo ano. Com essa tática, você aproveita oportunidades imediatas de mercado com metade de seus fundos, enquanto reduz o risco com a outra metade por meio do DCA.
Por exemplo, se o mercado estiver em alta quando você receber seus ganhos inesperados, seu investimento imediato permitirá que você ganhe parte desse crescimento. Entretanto, se o mercado posteriormente sofrer volatilidade, as suas prestações de DCA poderão adquirir ações a preços mais baixos, reduzindo o custo médio por ação do seu investimento total.
Em essência, a estratégia híbrida visa equilibrar o benefício do "tempo no mercado" com as medidas de proteção contra a volatilidade do mercado no curto prazo. É uma abordagem personalizada que atende aqueles que desejam proteger as apostas sem perder o crescimento que um mercado em alta pode oferecer ou as oportunidades de compra apresentadas em uma recessão.
Conhecendo as opções de investimento
Cada estratégia, seja investimento de montante fixo, média de custo em dólar ou uma híbrida dos dois, tem suas próprias vantagens e desvantagens. O segredo é não deixar o medo fazer seu dinheiro parar de agir. Em vez disso, trata-se de conhecer os objetivos de investimento, o horizonte temporal e o perfil de risco do cliente, estabelecendo um plano claro e concentrando-se menos no market timing e mais nos objetivos de longo prazo.